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#132: Studios, IA e locação flexível: sinais do futuro do setor

Studios com potencial para vendas, IA em canteiros e vendas, e moradia flexível ganham escala. Três sinais de para onde caminha o setor imobiliário.

Às vezes corremos o risco de ser repetitivos, mas como dizia Manoel de Barros: "Repetir é uma forma de insistir. Insistir é uma forma de criar".

Dito isso, hoje criaremos a ponte entre temas que já falamos por aqui. 

A inteligência artificial como pauta estratégica e principal assunto das rodas de conversas na Brazilian Week em Nova Iorque.

O mercado de studios mostrando que não é só sobre locação de curta estadia, mas também uma piscina de oportunidades futuras.

E a tese de locação flexível demonstrando nos EUA como construir um produto imobiliário que acompanha o cliente.

Boa leitura!

No Radar de hoje:

  • 🏙️ Studios em SP → pipeline de upgrade para incorporadoras

  • 🤖 IA estratégica → agentes de voz, canteiro smart & roadmap 2027

  • 🏠 Landing capta US$ 180 mi → locação flexível em escala

  • 🎙️ Você pode escutar esta edição clicando aqui

DATA ESPECIAL

6 anos de Terracotta Ventures

Lá atrás, quando começamos, a ideia parecia ousada: Um fundo de venture capital focado em transformar o setor imobiliário e da construção civil com tecnologia e capital inteligente.

A fagulha veio em 2016, quando vimos que, em todos os mercados imobiliários relevantes do mundo, um mesmo movimento se repetia:

Mais startups surgindo, algumas despontando como referência, atraindo investidores e despertando empresas tradicionais para inovação.

O resultado?

Empresas especializadas em investimento tech surgindo de Nova York ao Vale do Silício, de Londres a Tel Aviv.

Nosso objetivo foi claro desde o início:

Ser o primeiro VC focado em real estate e construção no Brasil.

Mas a tese só se sustentou porque evoluímos com ela.

▶️ A captação não veio do mercado financeiro tradicional. Veio de empresários do setor, que entenderam o que estávamos construindo.

▶️ O perfil do empreendedor ideal foi se ajustando à prática. Mais do que disrupção, buscamos visão estratégica aliada ao conhecimento real do mercado.

No fim, investimos em 18 empresas, que juntas já movimentaram mais de R$ 360 milhões e geraram quase R$ 200 milhões em receita só no último ano.

Hoje, nosso foco está no acompanhamento ativo deste portfólio.

E na estruturação de operações que vão além do VC tradicional – explorando capital secundário, modelos com lastro e novas formas de funding.

Criamos também o Terracotta Insider, um canal direto com decisores do setor para compartilhar aprendizados, teses, dados e oportunidades – e que já conta com mais 100 membros.

Nosso diferencial segue sendo o mesmo desde o início:

Conhecimento profundo do setor e relacionamento com quem faz ele evoluir.

Seis anos depois, ainda estamos só começando.

Se nosso conteúdo é relevante para você, clique no botão de compartilhar e ajude esta transformação chegar mais longe.

RESIDÊNCIA COMO SERVIÇO

O morador do studio é o lead para seu próximo empreendimento

Navegando pelos trabalhos da última edição da Latin America Real Estate Society, me deparei com a pesquisa "Studio na Cidade de São Paulo" produzida por Monique Genari e Eliane Monetti.

O trabalho tinha como objetivo mapear o perfil demográfico do morador de um studio.

As descobertas demonstram com dados algumas percepções empíricas:

O studio não é percebido como destino final, mas como etapa de transição – uma solução temporária para um público predominantemente jovem, de classe média, escolarizado e que prioriza localização e mobilidade.

Com mais de 80 mil unidades nessa configuração na cidade, as incorporadoras têm nesse público uma demanda segmentada de leads em busca de fazer o upgrade para seu próximo imóvel.

O que abre oportunidade para migrar o cliente para uma locação com maior tickete metragem ou desenvolver um produto voltado a venda que caiba no bolso do cliente.

DIGITALIZAÇÃO

IA ainda é a pauta do momento?

Para quem esteve no Brazilian Week em Nova York no início do mês, não ficou dúvida:

A inteligência artificial ainda é uma pauta estratégica para as empresas.

Do palco do evento de tecnologia às salas reservadas dos encontros promovidos por bancos de investimento, a IA dominou as conversas como um imperativo estratégico.

O consenso é claro: entender, testar e aplicar IA será um dos principais diferenciais competitivos da próxima década.

É fato que a maioria ainda se contenta em explorar o ChatGPT para tarefas operacionais. Mas o campo de jogo está se expandindo de forma acelerada.

Agentes de voz baseados em IA já estão sendo aplicados em contextos verticais – e o mercado imobiliário é terreno fértil para essa adoção.

Tudo começa pela substituição de tarefas humanas repetitivas com ROI evidente (“AI como força de trabalho”).

O passo seguinte é a entrada em mercados difíceis, como um “Cavalo de Troia” conversacional, que gera um ativo riquíssimo de dados qualitativos em tempo real.

Por fim, caminhamos para uma fronteira onde o diferencial será a inteligência emocional.

No contexto imobiliário, isso significa sair do chatbot básico para soluções que entendem o tom de voz de um cliente, personalizam a jornada de compra em tempo real e até antecipam objeções antes que elas sejam verbalizadas.

É um shift do transacional para o relacional, com potencial de transformar completamente a forma como interagimos com leads, clientes e parceiros em larga escala.

Para quem quiser se aprofundar neste ponto, recomendo este artigo da NFX.

Outro campo promissor está nos canteiros de obras:

Um exemplo concreto (literalmente) de como a IA está se materializando em aplicações profundas no setor da construção é o caso da Converge.

A startup britânica que acaba de levantar uma rodada de US$ 22 milhões para acelerar a descarbonização do concreto usando inteligência artificial.

A empresa utiliza sensores e algoritmos para prever, em tempo real, o comportamento do concreto durante a cura, permitindo uma redução expressiva no uso de cimento – um dos maiores emissores de carbono da cadeia.

A promessa é dobrar a eficiência na obra e cortar significativamente a pegada de carbono.

Esse tipo de solução representa uma nova geração de tecnologias que não apenas digitalizam o canteiro, mas o tornam mais inteligente, sustentável e alinhado com as exigências ESG dos investidores institucionais.

Mas talvez o uso mais transformador da IA seja um que poucos estão vendo.

Para os líderes que pensam além do hype, o projeto AI 2027 (sugestão de um de nossos leitores) oferece um mapa robusto do que realmente está em jogo:

A inteligência artificial não será apenas uma ferramenta, mas uma nova camada fundamental da infraestrutura de negócios e da sociedade.

O estudo propõe que até 2027, as empresas mais bem posicionadas não serão aquelas que apenas “usam IA”, mas sim aquelas que redesenharam seus modelos mentais, estruturas organizacionais e proposições de valor a partir do que a IA torna possível.

A mensagem para quem empreende, investe ou lidera negócios no setor é direta:

IA não deve ser apenas mais um item da pauta de inovação. Ela precisa estar no centro do motor estratégico da sua operação – seja para ganhar eficiência, destravar novos produtos ou antecipar tendências.

RESIDENCIA COMO SERVIÇO

Startup de moradia como Serviço levanta US$ 180M nos EUA

A americana Landing, que opera uma rede de apartamentos para estadias flexíveis, acaba de levantar US$ 180 milhões em nova captação – uma combinação de dívida e equity para acelerar sua expansão nos EUA.

O movimento reforça a tese de que a moradia está sendo reconfigurada como serviço, não apenas como posse.

Com mais de 20 mil unidades em seu portfólio, a Landing aposta na fricção zero: sem fiador, sem contrato longo, sem mobília a comprar – tudo plug-and-play.

Um dos recursos mais interessantes do modelo é o Landing Standby, que permite ao usuário viver em diferentes cidades ou bairros pagando o mesmo valor mensal, sem precisar rescindir contrato ou enfrentar burocracias.

É a lógica do streaming aplicada à moradia:

Acesso, não posse; liberdade, não fidelização espacial.

A provocação é direta para o mercado brasileiro:

Quem vai construir um produto que acompanhe o morador em vez de fixá-lo?

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