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Bilt Rewards: a proptech que ganhou pontos com quem paga o aluguel
Transformar o aluguel em ativo financeiro é uma tese com potencial transformador – mas, se mal calibrada, pode implodir a rentabilidade de emissores financeiros.


O maior custo da vida urbana nunca gerou benefício. Até agora.
Nos Estados Unidos, mais de 100 milhões de pessoas vivem em imóveis alugados, o que representa cerca de 35% dos lares do país.
Para muitos desses locatários, o aluguel consome entre 30% e 40% da renda mensal, tornando-se a maior despesa recorrente da vida adulta.
Mas e se esse dinheiro pudesse acumular pontos, construir histórico de crédito e, eventualmente, virar entrada para a casa própria?
Essa foi a ideia por trás da Bilt Rewards, uma startup americana que decidiu atacar o maior custo fixo da classe média.
O que começou como um cartão de crédito com programa de pontos…
…virou uma plataforma avaliada em mais de US$ 10 bilhões, com um ecossistema que conecta imóveis, bancos, comércio e fidelização urbana.
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Na edição de hoje:
🎯 E se o maior custo fixo da sua vida pudesse virar um ativo financeiro?
🌐 As três frentes do ecossistema de valor da Bilt
🏗️ A estratégia de "inversão" que atraiu milhões de usuários
⚠️ Mesmo um excelente produto tem as suas armadilhas
🏙️ Uma plataforma de recompensas centrada no lar e na vizinhança
🌉 Como os pontos do aluguel podem se tornar a entrada da casa própria
🇧🇷 O que seria necessário para a tese funcionar no mercado brasileiro?
🤔 A verdadeira pergunta que você deveria estar se fazendo
#1
Aluguel como porta de entrada para o sistema financeiro
A Bilt foi fundada em 2019 por Ankur Jain, um empreendedor serial formado em Wharton e com passagens pelo Tinder e pelo fundo Kairos, onde estudava o impacto do alto custo de vida nas grandes cidades.
Sua visão era: quase todos os gastos do dia a dia geram pontos e recompensas — menos o aluguel, que é justamente o maior de todos.
A missão da Bilt era corrigir essa distorção.
O cartão de crédito da empresa permite que o aluguel seja pago sem taxa e acumule pontos.
Esses pontos, por sua vez, podem ser trocados por viagens, cashback, amortização de empréstimos e até entrada para um imóvel.
Mais que fidelidade, a Bilt buscou reconectar o locatário com a ideia de construção de valor financeiro a partir de um passivo mensal.
#2
O ecossistema de valor da Bilt: um modelo baseado em três frentes
A Bilt não é apenas um emissor de cartão de crédito com programa de pontos. Ela se posiciona como uma plataforma de fidelização integrada com três ecossistemas principais:
Propriedades residenciais
Comércio de bairro (neighborhood merchants)
Parceiros de resgate de recompensas
Em todos eles, a lógica de monetização gira em torno de ativar o gasto do locatário e capturar valor sobre esse comportamento.
Como a Bilt financia seus pontos?
A empresa combina dois modelos principais de geração de receita:
% sobre os gastos processados:
A Bilt atua como merchant of record em muitos pagamentos, inclusive no aluguel, e recebe uma comissão sobre o volume gasto, especialmente quando redireciona consumo para parceiros.
CPA (cost-per-action):
Quando os pontos Bilt são usados para gerar comportamento desejado — como viajar por uma companhia aérea parceira ou comprar em um comércio local — a Bilt recebe um valor fixo por ação ativada.
Quem ganha com isso?
A proposta da Bilt é que todos os lados da equação ganhem:
Proprietários e gestores de imóveis ganham tráfego qualificado e mais fidelidade dos residentes.
Comerciantes locais aumentam sua receita com o consumo local dos moradores.
Parceiros de recompensa monetizam uma nova categoria de gastos — o aluguel.
Usuários finais transformam um custo passivo em pontos com múltiplas finalidades: viagem, crédito, entrada no imóvel.

É uma rede de valor circular: o aluguel vira ponto, o ponto vira consumo, o consumo retroalimenta o ecossistema.
Essa inteligência de design econômico — em que cada ponto distribuído tem uma lógica de monetização acoplada — é o que diferencia a Bilt de programas de fidelidade tradicionais.
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