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#133: Ou você terá uma fábrica de casas ou será cliente de uma

O imóvel do futuro será feito em linha de produção e pensado sob medida para quem não quer apenas um espaço para morar.

Recentemente, trouxemos um framework inédito para empreendedores imobiliários que vivem na pela os desafios da captação para seus projetos. Clique aqui e confira!

ABERTURA

As fábricas de casas estão se multiplicando no Brasil, a componentização acelera na construção vertical, os millenials milionários dos EUA preferem alugar do que comprar e a personalização de imóveis virou o novo padrão.

Hoje conectamos os pontos entre os sinais que o mercado está dando sobre qual a direção de um negócio imobiliário à prova de futuro.

Boa leitura!

CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA

Ou você terá uma fábrica de casas ou será cliente de uma

Essa semana tivemos mais um encontro com os Terracotta Insiders, e o tema da vez foi a construção industrializada.

A cada conversa com players do setor, fica mais evidente:

O caminho da industrialização é completamente diferente quando falamos de construção horizontal (casas) versus construção vertical (edifícios).

Na construção horizontal, vemos o avanço acelerado de modelos offsite. 

A competitividade está aumentando, e o número de fábricas espalhadas pelo Brasil cresce de forma consistente.

Homelend, Alea, CMC, Tecverde, Brasil Ao Cubo, Steelcorp, Modularis são apenas alguns exemplos.

Já na vertical, os desafios técnicos – como logística, altura e integração entre sistemas – tornam a escalabilidade mais difícil.

Mas há progresso. E esse se dá por meio da componentização, que traz junto dela novas formas de enxergar a produtividade no canteiro.

Vivemos um ponto de inflexão na industrialização.

A escassez de mão de obra qualificada se agrava.

As linhas de funding começam a ganhar corpo.

E entraves normativos estão sendo gradualmente removidos com o avanço de novas normas técnicas.

Com isso, a lógica da viabilidade vira de cabeça pra baixo.

No modelo convencional de construção horizontal, essa lógica começa pelo terreno. 

A conta é direta: qual o potencial construtivo? Quantas casas cabem ali? E qual o lucro máximo estimado com esse produto?

No modelo industrializado, essa lógica se inverte. 

A pergunta inicial é: o que a fábrica consegue produzir? A resposta define o ritmo ótimo de produção.

A partir disso, o empreendedor precisa originar projetos e dominar geração de demanda em nível suficiente para ocupar a capacidade da planta.

É uma mudança de mentalidade, que altera completamente a estrutura de custos e, principalmente, a dinâmica de competição. 

Um produtor industrializado, por exemplo, otimiza lucro pelo ponto ótimo de produção (custo marginal igual à receita marginal). 

Isso significa que ele pode vender a casa a preço de custo ou até com margem zero – e ainda assim sair no lucro, se a fábrica estiver rodando cheia.

Ou seja, o incorporador tradicional que tenta competir com esse modelo parte, automaticamente, de uma posição menos eficiente.

Funding, capital e escala: o novo “core” do incorporador

Nesse novo cenário, há uma bifurcação clara: ou você terá escala e capital para construir (ou controlar) sua própria fábrica, ou será cliente de alguém que tem.

A lógica da industrialização não é apenas técnica. Ela é econômica. E, cada vez mais, será competitiva.

REAL ESTATE AS A SERVICE

Alugar é o novo luxo: por que os ricos estão fugindo da compra?

Na semana passada, falamos sobre a pesquisa com moradores de studios em São Paulo, que revelou que 76% deles desejam comprar um imóvel no médio prazo, mas não o fazem por falta de condições. 

Hoje, trago um contraponto interessante vindo dos Estados Unidos, com foco no público de alta renda.

Jovens milionários estão escolhendo alugar – e não comprar – como parte do seu estilo de vida.

Segundo o estudo da RentCafe, 46% dos locatários milionários nos EUA são millennials, seguidos por 34% da geração X.

Já entre os proprietários milionários, predominam os mais velhos: 43% são da geração X e 36% são baby boomers. 

O recado é claro:

Os jovens ricos estão reescrevendo a relação entre moradia e patrimônio, privilegiando flexibilidade, mobilidade e conveniência – em vez da posse tradicional de um imóvel.

Entre 2019 e 2023, o número de locatários milionários triplicou, saltando de 4.500 para quase 13.700. Esse crescimento foi mais acelerado do que o de milionários compradores no mesmo período. 

O que é reforçado com outro estudo que aponta o aumento na idade média do comprador de imóveis americano, fenômeno que acelerou na última década:

Os vetores são claros:

  • Geração de riqueza via tecnologia

  • Trabalho remoto

  • E uma forte valorização da experiência sobre o ativo.

Para esse público, morar bem não exige necessariamente comprar – basta alugar o que há de melhor, onde quiser.

Oportunidade para multifamily de luxo

Esse comportamento abre espaço para um produto imobiliário que une sofisticação e conveniência – e que, nos EUA, tem sido explorado via multifamily de alto padrão. 

No Brasil, não estamos tão distantes:

Vemos cada vez mais movimentos de empresas se lançando no desenvolvimento de prédios residenciais para locação voltados à alta renda em centros como São Paulo.

Enquanto o público que não tem acesso busca a posse, o público que tem poder de escolha prioriza a experiência.

REAL ESTATE AS A SERVICE

A nova era da personalização imobiliária

A lógica está mudando e imóveis genéricos estão perdendo cada vez mais espaço no mercado. 

A personalização – antes vista como um “extra” – virou padrão

Incorporadoras que investem em customização ganham em três frentes:

  • Diferenciação

  • Experiência do cliente

  • E novas receitas.

Plataformas como a Spotlar mostram o impacto:

Até 60% das unidades personalizadas, com aumento no VGV, redução de reformas e aceleração de vendas. 

E mais: menos desperdício, mais ESG, e valor real tanto para quem mora quanto para quem investe.

Na última quarta-feira, aprofundamos esse tema em uma edição especial do Radar Terracotta com um olhar estratégico sobre como a personalização está moldando o novo ciclo do setor.

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No fim, não se trata mais de vender tijolo. O jogo agora é entregar experiência – com escala e margem.

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